Pintor autodidata, natural de Sapucaia, Estado do Rio,
DAMIÃO MARTINS incentivando por sua avó materna, por quem tinha grande amizade,
fez um curso técnico de desenho buscando um aprendizado voltado para as artes
plásticas. Criou seu primeiro quadro cubista em 1978 para uma exposição na
cidade de Paraíba do Sul, Estado do Rio. Hoje vive há mais de 20 anos em
Maricá, região dos lagos. Sobre as variações temáticas dos seus trabalhos
podemos dizer que a caligrafia se mantém, a paisagem é que muda. DAMIÃO MARTINS
mais parece um mineiro lá do interior, jeito manso, falar macio, sorriso
triste, humildade cheia de grandeza. Todo o seu ser se transforma quando
conversa com as telas na linguagem viva as cores. Vocação talento,
predestinação, o fato é que DAMIÃO já desenhava e pintava a vida enquanto os
outros meninos ainda estavam na infância. Nestes dias que passam a preto e
branco, esse artista emergente abre diariamente sua janela para o sol, desde a
alvorada até as cores do crepúsculo. Se nuvens mais densas pintam no horizonte
ele imagina logo a paleta curvilínea de um arco íris e surge a vida pintada a
sete cores na faina das lavadeiras, dos garimpeiros, das floristas, das
colheitas no campo, dos arrastões junto ao mar. Nos momentos de introspecção,
esse monge da arte dá ao trabalho um feitio de oração e surpreende a poesia no
rosto de uma criança, na ternura da maternidade, na serenidade mística de um
santo. Francisco de Assis, de preferência. Seu estilo é pessoal,
personalístico. Claro que tem um pouco dos mestres, onde buscou amparo por
admiração. Assim, seu leque de temas e cores tem a vibração dos
impressionistas, tecnicamente aprisionados por um desenho bem cuidado que dá
suporte a um cubismo multifacetado, suavizado pelos vários matizes em degrade.
Por isso suas telas encontram eco instantâneo nos espectadores. Coisa de amor à
primeira vista.